sábado, 12 de junho de 2010

Participação no Host CL Abroad!!!

Olá a todos! Meu nome é Lucila e sou membro da AIESEC na USP desde o PSEL 2008.1. Desde então, fiz parte do Horizontes e agora estou no meu segundo intercâmbio! Passei um ano na Áustria (Setembro de 2008 a Outubro de 2009) e meu intercâmbio aqui em Münster será de Janeiro a Setembro de 2010.
Contarei um pouco sobre uma parte da experiência internacional que poucos EPs mencionam: a participação no CL Host, principalmente em conferências.

Na Áustria eu sempre fui bastante ativa no CL. Ia às RGs (que lá acontecem semanalmente) e, inclusive, fui ao Election Day do ano passado. A coisa que mais me marcou, porém, foi ir à uma conferência. O Future é uma conferência nacional e acontece duas vezes por ano, oferecendo agendas de Leadership, Exchange e Heading for the Future, além da introdução dos MNs. Em novembro de 2008 eu fui delegada da agenda de Leadership e foi MUITO bom. Eu me lembro até hoje de muitas das coisas que lá aprendi. Além disso, tivemos uma apresentação com um Austríaco que foi PAI nos anos 70. Foi muito bacana ver que, realmente, as coisas não mudaram na AIESEC desde sua formação. Ele contou várias histórias engraçadas que refletem situacoes que vivemos até hoje ;-) Em Abril de 2009, fui novamente ao Future, dessa vez para participar de uma sessão sobre intercâmbio, contando sobre minha experiência e pra participar da festinha ! Novamente, foi muito legal.

Aqui na Alemanha continuo tentando me envolver ao máximo com o CL. Vou às RGs (aqui também semanais) e estou sempre em contato com os membros. Meu relacionamento com os AIESECers daqui é mais próximo porque até algumas semanas atrás, eu era a única trainee do CL . Na semana que vem teremos as eleições de EB e eu tenho direito a voto!

Desde que cheguei, o pessoal do CL dizia que eu “tinha que ir” a MaDNES (Münster and Dortmund Newies Education Seminar) e eu respondi que com certeza iria. Porém, como haviam duas agendas, de Induction e de Leadership e eu já tinha participado das duas, combinei que seria somente delegate e pronto, ajudando o OC e o Conference Manager com o que precisassem.

Eis que três dias antes da conferência, quando chego à RG, o LCP comenta comigo que um dos Facis estava doente e não poderia mais ir e me convida pra ser Faci. “Eu, Faci?” pensei, afinal, nunca havia facilitado uma sessão. Porém, aceitei na hora, claro, afinal, sempre quis ser Faci de uma conferência, mas admito que fiquei meio apreensiva, primeiro porque teria somente dois dias para me preparar (A conferência começava na sexta e isso foi na terça) e segundo porque eu seria responsável pela induction de 8 membros de AIESEC e todos sabemos o quão importante é o DD nessa situação.

A estrutura da conferência é um pouco diferente da que temos no nosso CL, a comecar pelo fato de que a vai de sexta à domingo e, se você nao pode ir ao DD do seu CL, pode ir sem problemas ao de outro, entao, tínhamos MNs de 6 CLs diferentes, totalizando por volta de 30 MNs, que foram divididos em grupos menores. Além da agenda de Induction, tínhamos uma agenda de Leadership com 9 participantes.

Os MNs, então, foram divididos em três grupos: preto, vermelho e amarelo, que são as cores da bandeira alema, uma vez que o tema da conferência era “A Copa do Mundo”. Essa é uma coisa que eu acho super legal aqui na Alemanha, assim como era na Áustria: todas as conferências têm um tema e cada festa tem um tema também. A coisa de temas é bacana porque ajuda a criar o clima da conferência: todas as coisas tem a ver, do crachá que ganhamos até as plaquinhas com os nomes das pessoas que vao dormir em cada quarto.

A conferência foi realizada num antigo convento que mais parecia um castelo, MUITO ANIMAL!!!! A logística è basicamente a mesma, ou seja, o OC que acha o lugar, prepara tudo, faz compras… Mas aqui o OC que cozinha, não tem essa de contratar cozinheira!! E o hábito do pessoal de sempre tomar alguma coisa (todo mundo sempre carrega uma garrafa de água ou suco na bolsa/mochila, por exemplo) ficou claro nesses dias, pois tínhamos uma mesinha com chá, café, água e bolachinhas o tempo todo!!

O time de Facis era composto por sete pessoas, sendo dois Facis para cada grupo de Induction e um para o de Leadership. No total, éramos de quatro CLs diferentes. Eu e o LCP daqui, Philipp Lieberknecht, ficamos responsáveis pelo grupo “Amarelo”, que tinha representantes de cinco nacionalidades em um grupo de 10 pessoas (8 MNs, mas nós dois Facis). Outra grande diferenca da AIESEC no Brasil: aqui uma grande parte dos membros da AIESEC è de outros países, refletindo a tendência de mais e mais estudantes internacionais nas universidades européias.

Cada dupla de Facis era responsável pela Induction completa do seu grupo de MNs. Todos seguimos mais ou menos a mesma estrutura de conteúdo, mas tínhamos total liberdade para alterar o que quiséssemos. Isso foi um choque pra mim no começo, pois como eu cuidaria de uma agenda de Induction, sendo que eu nunca tinha sido Faci ? Decidi usar minha própria experiência de MN como base para o conteúdo que seria abordado no nosso grupo e, no fim, acabou dando super certo.

Os três dias transcorreram sem problemas e os MNs parecem ter gostado bastante da conferência. Fizemos a maior parte das sessões de forma interativa, de modo que eles próprios participassem do flow das mesmas. Na maior parte das vezes, deixávamos espaço para discussão e reflexão sobre o tema proposto (Como “O que é uma visão” ou “Quais são as diferenças entre liderança e management?”) antes de expor a abordagem da AIESEC sobre o tema. O feedback que recebemos foi positivo, pois eles sentiram que realmente faziam parte do que estava acontecendo, ao invés de simplesmente sentarem e ter um monte de palestras.

Essa foi a primeira experiência em meus dois anos de AIESEC que eu posso dizer que realmente foi "learning by doing" - and I wouldn't have it any other way! Aprendi tanto sobre mim mesma, sobre a AIESEC e sobre como transmitir conteúdo que afirmo categoricamente que foi uma das experiências mais impactantes da minha vida. Recomendo a todos que sejam Faci! Mas, principalmente, recomendo a todos os EPs que sejam ativos em seus CLs Host. Não é porque estamos em intercâmbio que a experiência "normal" de AIESEC (como trabalhar no CL, por exemplo) deve ser interrompida! Participar das atividades do CL Host agrega MUITO ao intercâmbio e contribui para a life-changing experience que todos buscamos nessa fase.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Manual de sobrevivência

Ooi gente!

Eu sou a Bruna, e não precisava me conhecer muito pra saber que eu sempre estive doida pra colocar os pés fora do Brasil. Não que eu não gostasse do meu país, mas precisava respirar novos ares e uma aventura é sempre divertida!

Até que a Aiesec entrou na minha vida, já com uma oportunidade engatada para ir à Índia, na cidade de Jaipur, lá pra Setembro de 2009. Sim, é a história de sempre: “Índia? Mas por quê? Por que não Inglaterra, ou França?”. Bom, por que não Índia? Quanto mais diferente, melhor! E diria até que o quanto você quer menos ir para um país, é pra lá mesmo que você deve ir.

O fato é que a Aiesec da Índia não é lá muito ativa. Você chega ao país meio jogado, tem contato com poucas pessoas dos escritórios de lá, e mais as vê nas festas mesmo. Nesse ritmo, você poderia simplesmente esquecer que a Aiesec existe.

Mas conheci muita gente. MUITA gente. Devia ter uma pessoa de cada CL do mundo ali em Jaipur! E também muita gente que não tinha nada a ver, mas que participava ativamente do play hard. E são todas pessoas que fazem da sua X inesquecível. São essas as pessoas que fazem você sentir menos saudade da sua família do que vice-versa, porque, afinal, elas são sua nova família.

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Taj Mahal

Só que tem outras pessoas que vão querer ser invisíveis. Aquela pessoa, na sua casa com mais 15 EPs, que nunca aparecia, nunca ia às festinhas, estava sempre ocupada, no fim de semana ia viajar sozinha e nunca checava os e-mails no hall sentada com todas as outras pessoas. E não foi por falta de você a chamar pra sair ou pra beber uma cerveja (meio escondido, afinal, estamos na Índia). Não queira ser uma delas.

É aí que entra a “Minha Religião”. O mandamento básico é: não pense tanto, faça logo, mude logo, vá logo.

Não estou dizendo que você deve pular de um prédio sem pára-quedas se te oferecerem. Mas se te chamarem pra viajar com um grupo de pessoas na sua X, não pense no ônibus horrível e nas 20 horas pela frente, simplesmente vá, e você verá que vai sobreviver no final e ainda ter boas histórias pra contar.

Nessa coisa de sentar na laje pra ver as estrelas (mentira, não dá) ou viajar no feriadão do Diwali, você conhece melhor todas as pessoas ali. Se tiver algum problema, vai ter sempre alguém pra desabafar, se tiver algo bom, também. Todos estão na mesma situação e isso aproxima muito todo mundo e são criadas amizades para a vida inteira.

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Holi Festival

Também enquanto você não vai pra sua X, aproveite a oportunidade que a @ te dá e faça tudo o que for possível. Sabe aquele CEEDer que vai chegar em outro CL? Vá lá recepcioná-lo! Depois, se um dia você for visitar o país dele, pode ter certeza que será tratado de maneira bem diferente (e positiva!). Experiência própria!

Sabe quando um vulcão cobre o céu de pó e você não pode voltar pro Brasil ainda? Junte suas economias e vá visitar outro EP, conhecendo mais gente e um novo país de maneira fácil e barata – e, de quebra, matando a saudade.

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No deserto e andando de camelo

Mesmo se estiver homesick, foi mandado embora do emprego ou exagerou no chai, não se tranque no quarto e comece a riscar os dias que faltam pra voltar para o seu país maravilhoso. Chame aquele ser que sempre “empresta” sua Nutella de 200 rúpias (!!) e vá ver um Bollywood sem legenda.

Você amará o país da sua X mesmo que o odeie, você vai chorar de certas situações e vai rir de muitas mais. Você vai amar ou odiar o estágio, até que ele vire rotina... rotina?? Nããããão!!

No fim o que você vai mais sentir saudades é das pessoas que riram e choraram com você, e são elas que vão te dar forças pra deixar aquela rotina ali de lado e seguir “a minha religião”, fazendo cada dia valer por muitos, desenvolvendo todo seu potencial profissional e pessoal. E é essa mesma a impressão que você tem. Na primeira semana, você acha que está ali há um mês. Mas depois de 6 meses você percebe como passou rápido e que já é hora de voltar.

É claro que “minha religião” é uma brincadeira, mas é assim que eu a chamava. Os Aiesecos tem isso quase inconsciente, mas que de tempos em tempos precisa trazer a tona, sacudir o pó e por em prática. É simplesmente um estilo de vida, não tão fácil de seguir quanto parece e que pode ficar apagado com tanto problema que aparece, mas que faz uma diferença enorme num dia-a-dia tão diferente! E, só pra ser repetitiva, porém verdadeira, foi a melhor experiência da minha vida..até agora.

Namaste!

Bruna